sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Entrevista de História - Dotadura Militar.

1. O que acontecia na época da Ditadura Militar ?
Eles colocavam ordem no pais e ajeitaram tudo,depois de 20 anos e entregaram ao povo.
2. Houve muitas mortes ?
De ambos os Lados, por causa da Ditadura.
3. Perdeu algum membro da sua Familia ?
Não,minha familia era do lado generais.
4. Na ditadura Militar o mandato era de 4 ou 5 anos ?
Acho que 4 anos,depois Marechal,Castello Branco.
5. Estabeleceram uma nova constituição ?
Não sei,nem todas eles estabeleceram.
6. O que faziam com a velha constituição ?
Conservavam as boas e eliminavam as ruins.
7. O colégio militar era a mesma coisa de agora ?
Continua sendo bom,a minha familia toda passou por lá.
8. Você era a favor ou contra a ditadura ?
Sou contra qualquer ditadura,mas naquela época foi necessário por ordem no pais.
9. Como era viver num pais com regras e censuras ?
Era bom.
10. O que você viu nas ruas durante a Ditadura Militar ?
Nada,tudo calmo e em ordem,apenas isso.
11. Você foi prejudicada de algum modo durante a Ditadura Militar ?
Não,não fui prejudicada de modo nenhum.

Entrevistado: Neida feijó.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009



44º presidente dos EUA - Barack Hussein Obama II
Período: 2009-2013
Partido: Democrata
Estado: Havaí
Profissão: advogado e cientista político
Vice-presidente: Joseph Robinette Biden, Jr. (Joe Biden)


43º presidente dos EUA - George Walker Bush
Período: 2001-2009
Partido: Republicano
Estado: Connecticut
Profissão: empresário
Vice-presidente: Dick Cheney

Presidentes - Guerra Fria


2º presidente dos EUA - John Adams
Período: 1797-1801
Partido: Federalista
Estado: Massachusetts
Profissão: advogado
Vice-presidente: Thomas Jefferson

3º presidente dos EUA - Thomas Jefferson
Período: 1801-1809
Partido: Democrata-Republicano
Estado: Virgínia
Profissão: advogado e fazendeiro
Vice-Presidentes: Aaron Burr (1801-1805) e George Clinton (1805-1809)

4º presidente dos EUA - James Madison
Período: 1809-1817
Partido: Democrata-Republicano
Estado: Virgínia
Profissão: advogado
Vice-Presidentes: George Clinton (1809-1812), vago (1812-1813), Elbridge Gerry (1813-1814) e vago (1814-1817)

5º presidente dos EUA - James Monroe
Período: 1817-1825
Partido: Democrata-Republicano
Estado: Virgínia
Profissão: advogado
Vice-presidente: Daniel D. Tompkins

6º presidente dos EUA - John Quincy Adams
Período: 1825-1829
Partido: Democrata-Republicano
Estado: Massachusetts
Profissão: advogado
Vice-presidente: John C. Calhoun

7º presidente dos EUA - Andrew Jackson
Período: 1829-1837
Partido: Democrata
Estado: Carolina do Norte
Profissão: advogado e militar
Vice-presidentes: John C. Calhoun (1829-1832), vago (1832-1833) e Martin Van Buren (1833-1837)

8º presidente dos EUA - Martin Van Buren
Período: 1837-1841
Partido: Democrata
Estado: Nova York
Profissão: advogado
Vice-presidente: Richard M. Johnson

9º presidente dos EUA - William Henry Harrison
Período: 1841
Partido: Liberal (Whig)
Estado: Virgínia
Profissão: militar
Vice-presidente: John Tyler

10º presidente dos EUA - John Tyler
Período: 1841-1845
Partido: Liberal (Whig)
Estado: Virgínia
Profissão: advogado
Vice-presidente: vago

11º presidente dos EUA - James Knox Polk
Período: 1845-1849
Partido: Democrata
Estado: Carolina do Norte
Profissão: advogado
Vice-presidente: George M. Dallas

12º presidente dos EUA - Zachary Taylor
Período: 1849-1850
Partido: Liberal (Whig)
Estado: Virgínia
Profissão: militar
Vice-presidente: Millard Fillmore

13º presidente dos EUA - Millard Fillmore
Período: 1850-1853
Partido: Liberal (Whig)
Estado: Nova York
Profissão: fazendeiro
Vice-presidente: vago

14º presidente dos EUA - Franklin Pierce
Período: 1853-1857
Partido: New Hampshire
Estado: Virgínia
Profissão: advogado
Vice-presidente: William King (1853) e vago (1853-1857)

15º presidente dos EUA - James Buchanan
Período: 1857-1861
Partido: Democrata
Estado: Pennsylvania
Profissão: advogado
Vice-presidente: John C. Breckinridge

16º presidente dos EUA - Abraham Lincoln
Período: 1861-1865
Partido: Republicano
Estado: Kentucky
Profissão: advogado
Vice-presidentes: Hannibal Hamlin (1861-1865) e Andrew Johnson (1865)

17º presidente dos EUA - Andrew Johnson
Período: 1865-1869
Partido: Democrata
Estado: Tennessee
Profissão: alfaiate
Vice-presidente: vago

18º presidente dos EUA - Ulysses Simpson Grant
Período: 1869-1877
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: militar
Vice-presidentes: Schuyler Colfax (1869-1873), Henry Wilson (1873-1875) e vago (1875-1877)

19º presidente dos EUA - Rutherford B. Hayes
Período: 1877-1881
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: advogado
Vice-presidente: William Wheeler

20º presidente dos EUA - James Abram Garfield
Período: 1881
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: Professor
Vice-presidente: Chester Arthur

21º presidente dos EUA - Chester Alan Arthur
Período: 1881-1885
Partido: Republicano
Estado: Vermont
Profissão: advogado
Vice-presidente: vago

22 e 24º presidente dos EUA - Stephen Grover Cleveland
Período: 1885-1889 e 1893-1897
Partido: Democrata
Estado: New Jersey
Profissão: advogado
Vice-presidentes: Thomas Hendricks (1885), vago (1885-1889) e Adlai E. Stevenson (1893-1897)

23º presidente dos EUA - Benjamin Harrison
Período: 1889-1893
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: advogado
Vice-presidente: Levi P. Morton

25º presidente dos EUA - William McKinley
Período: 1897-1901
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: advogado
Vice-presidente: Garret Hobart (1897-1901) e Theodore Roosevelt (1901)

26º presidente dos EUA - Theodore Roosevelt, Jr.
Período: 1901-1909
Partido: Republicano
Estado: Nova York
Profissão: escritor
Vice-presidentes: vago (1901-1905) e Charles Fairbanks (1905-1909)

27º presidente dos EUA - William Howard Taft
Período: 1909-1913
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: advogado
Vice-presidentes: James S. Sherman (1909-1912) e vago (1912-1913)

28º presidente dos EUA - Thomas Woodrow Wilson
Período: 1913-1921
Partido: Democrata
Estado: Virgínia
Profissão: professor
Vice-presidente: Thomas R. Marshall

29º presidente dos EUA - Warren Gamaliel Harding
Período: 1921-1923
Partido: Republicano
Estado: Ohio
Profissão: editor de jornal
Vice-presidente: Calvin Coolidge

30º presidente dos EUA - John Calvin Coolidge, Jr. (Calvin Coolidge)
Período: 1923-1929
Partido: Republicano
Estado: Vermont
Profissão: advogado
Vice-presidentes: vago (1923-1925) e Charles Dawes (1925-1929)

31º presidente dos EUA - Herbert Clark Hoover
Período: 1929-1933
Partido: Republicano
Estado: Iowa
Profissão: engenheiro
Vice-presidente: Charles Curtis

32º presidente dos EUA - Franklin Delano Roosevelt (FDR)
Período: 1933-1945
Partido: Democrata
Estado: Nova York
Profissão: advogado
Vice-presidentes: John Nance Garner (1933-1941), Henry A. Wallace (1941-1945) e Harry S Truman (1945)

33º presidente dos EUA - Harry S. Truman
Período: 1945-1953
Partido: Democrata
Estado: Missouri
Profissão: fazendeiro e empresário
Vice-presidentes: vago (1945-1949) e Alben Barkley (1949-1953)

34º presidente dos EUA - Dwight David "Ike" Eisenhower
Período: 1953-1961
Partido: Republicano
Estado: Texas
Profissão: militar
Vice-presidente: Richard Nixon

35º presidente dos EUA - John Fitzgerald Kennedy (JFK)
Período: 1961-1963
Partido: Democrata
Estado: Massachusetts
Profissão: político
Vice-presidente: Lyndon B. Johnson

36º presidente dos EUA - Lyndon Baines Johnson (LBJ)
Período: 1963-1969
Partido: Democrata
Estado: Texas
Profissão: professor
Vice-Presidentes: vago (1963-1965) e Hubert Humphrey (1965-1969)

37º presidente dos EUA - Richard Milhous Nixon
Período: 1969-1974
Partido: Republicano
Estado: Califórnia
Profissão: advogado
Vice-Presidentes: Spiro Agnew (1969-1973), vago (1973) e Gerald Ford (1973-1974)

38º presidente dos EUA - Gerald Rudolph Ford, Jr.
Período: 1974-1977
Partido: Republicano
Estado: Nebraska
Profissão: advogado
Vice-presidente: vago (1974) e Nelson Rockefeller (1974-1977)

39º presidente dos EUA - James Earl Carter, Jr. (Jimmy Carter)
Período: 1977-1981
Partido: Democrata
Estado: Geórgia
Profissão: fazendeiro e militar
Vice-presidente: Walter Mondale

40º presidente dos EUA - Ronald Wilson Reagan
Período: 1981-1989
Partido: Republicano
Estado: Illinois
Profissão: ator e sindicalista
Vice-presidente: George Bush

41º presidente dos EUA - George Herbert Walker Bush
Período: 1989-1993
Partido: Republicano
Estado: Massachusetts
Profissão: empresário
Vice-presidente: Dan Quayle

42º presidente dos EUA - William Jefferson Clinton (Bill Clinton)
Período: 1993-2001
Partido: Democrata
Estado: Arkansas
Profissão: advogado
Vice-presidente: Al Gore

1º presidente dos EUA - George Washington
Período: 1789-1797
Partido: não afiliado
Estado: Virgínia
Profissão: fazendeiro, militar e topógrafo
Vice-presidente: John Adams

Presidentes - Guerra Fria:

De George Washington a Barack Obama os Estados Unidos já tiveram 44 presidentes da república. Quatro deles foram assassinados (Abraham Lincoln, James Garfield, William McKinley e John Kennedy), quatro sofreram atentados (Andrew Jackson, Harry Truman, Gerald Ford e Ronald Reagan) e quatro morreram durante o exercício do mandato (William Henry Harrison, Zachary Taylor, Warren Harding e Franklin Roosevelt)

Confira abaixo a lista com todos os presidentes dos Estados Unidos da América.

1º presidente dos EUA - George Washington
Período: 1789-1797
Partido: não afiliado
Estado: Virgínia
Profissão: fazendeiro, militar e topógrafo
Vice-presidente: John Adams

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos foi tambem uma guerra que aconteceu durante um rigoroso inverno na URSS e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991).

Uma parte dos historiadores defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, representado pelos EUA e o socialismo, defendido pela União Soviética (URSS). Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais e envolveram Estados capitalistas, como os Estados Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.

É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se nos anos 1960 para 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald Reagan "Guerra nas Estrelas".

Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais. A Guerra da Coréia (1950-1953), a Guerra do Vietnã (1962-1975) e a Guerra do Afeganistão (1979-1989) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre EUA e URSS.

Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes pólos de poder mundial, é que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar. Principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas EUA e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de disuasão nuclear.

Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado aos EUA, logo poderia ser visto com simpatia pelo soviético e receber apoio.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Fascismo e outros regimes totalitários

Alguns historiadores e teóricos vêem no fascismo e no regime comunista da União Soviética (mais especificamente o Stalinismo) grandes semelhanças, designando-os de "totalitarismo" (uma designação de Hannah Arendt). Outros vêem-nos como incomparáveis. Arendt e outros teóricos do totalitarismo argumentam que há semelhanças entre as nações sob domínio Fascista e Stalinista. Por exemplo, quer Hitler quer Stalin cometeram o assassínio maciço de milhões dos seus concidadãos civis que não se integravam nos seus planos.

De acordo com o doutrinário do libertarianismo Nolan Chart, o "fascismo" ocupa um lugar no espectro político como o equivalente capitalista do comunismo, sendo um sistema que apoia a "liberdade económica" mas que é coagido pelos seus controles sociais de tal forma que se torna totalitário.

Em 1947, o economista austríaco Ludwig von Mises publicou um livro chamado "Caos planejado" (Planned Chaos). Ele afirmava que o fascismo e o Nazismo são ditaduras socialistas e que ambas obedeciam aos princípios soviéticos de ditadura e opressão violenta dos dissidentes. Ele afirmou que a maior heresia de Mussolini à ortodoxia marxista tinha sido o seu forte subscrever da entrada italiana na Primeira Guerra Mundial do lado aliado (Mussolini pretendia "libertar" áreas de língua italiana vivendo sob o controlo austríaco nos Alpes). Esta visão contradiz as declarações do próprio Mussolini (para não mencionar os seus oponentes socialistas) e é geralmente vista com cepticismo por historiadores.

Críticos de von Mises argumentam que ele estava atacando um fantoche; por outras palavras, que ele mudou a definição de socialismo, por forma a acomodar o fascismo e o nazismo a essa definição. O conceito de ditadura do proletariado ao qual Von Mises alude não é o mesmo que o conceito de ditadura empregue pelos fascistas. Ditadura do proletariado é suposto significar, na definição marxista, uma ditadura dominada pelas classes trabalhadoras, em vez de uma ditadura dominada pela classe capitalista. Este conceito foi distorcido por Estaline ao ponto de significar uma ditadura pelo Secretário Geral do PCUS sobre o partido e as classes trabalhadoras. Neste ponto, Estaline desviou-se de Marx, e como tal não é correto afirmar conduzia uma forma de governo Marxista.

Por outro lado, enquanto o modelo económico fascista baseado no corporativismo promove uam colaboração entre classes numa tentativa de união da mesmas sob o controle do estado, o modelo marxista promove a eliminação não só das classes como também do próprio estado.

Adicionalmente, o fato de os estados fascistas, por um lado, e a União Soviética e o bloco soviético por outro, serem estados policiais, não significa que sejam produto do socialismo. Apesar de todos os estados de partido único poderem ser considerados estados policiais, não há qualquer relação entre a definição de socialismo e a definição estado policial, nem todos os estados policias são socialistas ou fascistas. Muitos outros regimes de partido único, incluíndo regimes capitalistas, foram também estados policiais. Alguns exemplos são:

Por outro lado, existiram muitos governos socialistas em sistemas multi-partidários que não foram estados policiais.

Fascismo e Socialismo

O Fascismo desenvolveu uma oposição ao socialismo e o comunismo, embora muitos fascistas houvessem sido marxistas no passado. Com relação a isso, em 1923 Mussolini declarou, na Doutrina do Fascismo:

"(…) O Fascismo [é] a completa oposição ao … socialismo marxista, à concepção materialista da história das civilizações humanas, que explica a evolução humana como simples conflitos de interesses entre vários grupos sociais e pela mudança e desenvolvimento envolvendo os instrumentos e modos de produção…
O Fascismo, agora e sempre, acredita no sagrado e no heroísmo; quer dizer, em acções não influenciadas por motivos económicos, directos ou indirectos. E se a concepção economicista da história for negada, de acordo com a teoria de que os homens são mais do que bonecos, levados ao sabor de ondas de mudança, enquanto as forças controladoras reais estão fora de controle, disso tudo se conclui que a existência de uma luta de classes eterna é também negada —; o produto natural da concepção economicista da história. E acima de tudo o Fascismo nega que a luta de classes possa ser a força preponderante na transformação da sociedade.
… A máxima que a sociedade existe apenas para o bem-estar e para a liberdade daqueles que a compõe não parece estar em conformidade com os planos da natureza… Se o liberalismo clássico acarreta individualismo, o Fascimo acarreta governo forte." Benito Mussolini[39]

Por mais que certos tipos de socialismo possam parecer-se superficialmente ao fascismo, deve ser destacado que as duas ideologias se chocam violentamente em muitos assuntos. O papel do Estado, por exemplo. No Socialismo, considera-se que o Estado é meramente uma "ferramenta do povo", algumas vezes chamado de "mal necessário", que existe para servir aos interesses do povo e proteger o bem comum (e algumas formas de socialismo, como o socialismo libertário, rejeitam completamente o estado). Já o Fascismo crê no Estado como um fim em si mesmo, e digno de obediência e subserviência por parte do povo.

O Fascismo rejeita as doutrinas centrais do Marxismo, que são a luta de classes e a necessidade de substituir o capitalismo por uma sociedade controlada pelo operariado, na qual os trabalhadores sejam proprietários dos meios de produção.

Um governo fascista é geralmente caracterizado como de "extrema direita" e um governo socialista, de "esquerda". Mas teóricos como Hannah Arendt e Friedrich Hayek argumentam que existem diferenças apenas superficiais entre o Fascismo e formas totalitárias de socialismo (veja Stalinismo); uma vez que os governos autoproclamados "socialistas" nem sempre mantiveram seu ideal de servir ao povo e respeitar os princípios democráticos. Muitos socialistas e comunistas rejeitam esses governos totalitários, encarados como uma forma de Fascismo com máscara de socialismo. (Veja espectro político e modelo político para mais detalhes.)

Socialistas e outros críticos (não necessariamente de esquerda) sustentam que não há sobreposição ideológica entre Fascismo e Marxismo; acreditam que ambas as doutrinas são diametralmente opostas. Sendo o Marxismo a base ideológica do comunismo, eles concluem que as comparações feitas por Arendt e outros são inválidas.

Mussolini rejeitou completamente o conceito Marxista de luta de classes ou a tese Marxista de que o operariado deveria apropriar-se dos meios de produção. Em 1932 ele escreveu (na Doutrina do Fascismo, por via de Giovanni Gentile):

"Fora do Estado não pode haver nem indivíduos nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes). Então o Fascismo opõe-se ao Socialismo, que confina o fluxo da história à luta de classes e ignora a unidade de classes estabelecida em uma realidade económica e moral do Estado."

[40]

A origem esquerdista do líder fascista italiano Mussolini, como um antigo líder da ala mais radical do partido socialista italiano, tem sido frequentemente notada. Após a sua viragem para a direita, Mussolini continuou a empregar muito da retórica do socialismo, substituindo a classe social pela nação como a base da lealdade política.

Também é frequentemente notado que a Itália fascista não nacionalizou quaisquer indústrias ou entidades capitalistas. Em vez disso, ela estabeleceu uma estructura corporativista influenciada pelo modelo de relações de classe avançado pela Igreja Católica. De facto, existe uma grande quantidade de literatura sobre a influência do Catolicismo no fascismo e nas ligações entre o clero e os partidos políticos na Europa antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Apesar de o fascismo italiano ter proclamado a sua antítese ao socialismo, a história pessoal de Mussolini no movimento socialista teve alguma influência sobre ele. Elementos da prática dos movimentos socialistas que ele reteve foram:

  • A necessidade de um partido de massas;
  • A importância de obter o apoio entre a classe trabalhadora
  • técnicas de disseminação de ideias tais como o uso de propaganda.

O Manifesto Fascista original continha um determinado número de propostas para reformas que também eram comuns entre os movimentos socialista e democráticos e eram desenhados para apelar à classe trabalhadora. Estas promessas foram geralmente ignoradas uma vez que os fascistas tomaram o poder.

Críticos apontam que os Marxistas e os sindicalistas foram os primeiros alvos e as primeiras vítimas de Mussolini e de Adolf Hitler uma vez que eles chegaram ao poder. Eles também notam o antagonismo que resultou em lutas de rua entre fascistas e socialistas, incluindo:

Mussolini também imprisionou Antonio Gramsci desde 1926 até 1934, depois de Gramsci, um líder do Partido Comunista Italiano e uma figura intelectual destacada, tentar criar uma fronte comum entre a esquerda política e os trabalhadores, por forma a resistir e derrotar o fascismo. Outros líderes comunistas italianos tais como Palmiro Togliatti foram para o exílio e lutaram pela república em Espanha.

Uma séria manifestação do conflito entre fascismo e socialismo foi a Guerra Civil Espanhola, com a Itália fascista e a Alemanha Nazi a apoiar as forças nacionalistas espanholas, que combatiam comunistas, socialistas e anarco-sindicalistas. Não obstante, a Alemanha Nazi aliava-se pouco depois à União Soviética na partilha da Polónia - Pacto Molotov-Ribbentrop

Fascismo e Nazismo

Fascismo e Nazismo

A suástica nazista.

O Nazismo é geralmente considerado como uma forma de fascismo, mas o Nazismo, em contraste com o Fascismo, viu o objetivo do Estado no serviço de um ideal daquilo que o Estado supostamente deveria ser: as suas pessoas, raças, e a engenharia social destes aspectos da cultura com o fim último de uma maior prosperidade possível para eles às custas de todos os outros.

Por seu lado, o Fascismo de Mussolini continuou fiel à ideologia de que todos estes fatores existiam para servir o Estado e que não era necessariamente no interesse do Estado servir ou manipular algumas daquelas características. O único objectivo do governo sob o fascismo era auto-valorizar-se como a maior prioridade da sua cultura, simplesmente sendo o Estado em si, quanto maior a sua dimensão, melhor, pelo que se pode dizer que se tratou de uma Estadolatria (idolatria do estado) governamental. Enquanto o Nazismo era uma ideologia Metapolítica, vendo a si mesmo apenas como uma utilidade pela qual uma condição alegórica do seu povo era o seu objectivo, o fascismo era uma forma sinceramente anti-socialista de Estatismo que existiu por virtude de e com fins em si mesmo. O movimento Nazista falou da sociedade baseada em classes como o seu inimigo e pretendia unificar o elemento racial acima de classes estabelecidas, enquanto que o movimento fascista tentou preservar o sistema de classes e sustentou-o como a fundação de cultura estabelecida e progressiva.

Este teorema subjacente fez os Fascistas e Nazistas de então verem-se como parcialmente exclusivos entre si. Hoje, no entanto, esta diferença não é patente na terminologia, mesmo quando usada num contexto histórico.

O Nazismo distingue-se do Fascismo por pretender estabelecer teorias raciais. O Fascismo não apresentou esta característica, tendo em 1922, visto um terço dos Judeus aderir ao movimento liderado por Mussolini [carece de fontes?]

O fascismo na Itália

Mussolini e Hitler em Veneza, 1934

Mussolini fundou o movimento fascista em 23 de março de 1919, numa reunião feita na cidade de Milão. Entre os membros fundadores estavam os líderes revolucionários sindicalistas Agostino Lanzillo e Michele Bianchi.

Em 1921, os fascistas passaram a desenvolver um programa que exigia a república, a separação da igreja do estado, um exército nacional, um imposto progressivo para heranças e o desenvolvimento de coperativas.

O estado fascista de Mussolini foi estabelecido aproximadamente uma década antes da chegada de Hitler ao poder. Tanto um movimentos como um fenômeno histórico, o fascismo italiano foi, em muitos aspectos, uma reação à falha aparente do laissez-faire e ao medo dos movimentos de esquerda, apesar de que as circustâncias na história intelectual devem ser consideradas, como o abalo do positivismo e o fatalismo generalizado do pós-guerra na Europa.

O fascismo foi de certa forma o resultado de um sentimento geral de ansiedade e medo dentro da classe média na Itália do pós-guerra, que surgiu no seguimento da convergência de pressões interrelacionadas de ordem económica, política e cultural. Sob o estandarte desta ideologia autoritária e nacionalista, Mussolini foi capaz de explorar os medos perante o capitalismo numa era de depressão pós-guerra, o ascendente de uma esquerda mais militante, e um sentimento de vergonha nacional e de humilhação que resultaram da "vitória mutilada" da Itália nos tratados de paz pós Primeira Guerra Mundial. Tais aspirações nacionalistas não realizadas (ou frustradas) manchavam a reputação do liberalismo e do constitucionalismo entre muitos sectores da população italiana. Adicionalmente, tais instituições democráticas nunca cresceram ao ponto de se tornarem firmemente enraizadas na nova nação-estado.

À medida que essa mesma depressão do pós-guerra fez crescer a sedução pelo Marxismo entre o proletariado urbano, ainda mais desprovido de direitos do que os seus contrapartes no continente, o receio relativamente à força crescente do sindicalismo, o comunismo e o socialismo proliferaram entre a elite e a classe média. De certa forma, Benito Mussolini preenchia um vácuo político. O Fascismo emergiu como uma "terceira via" — como a última esperança da Itália para evitar o colapso iminente do "fraco" liberalismo italiano, e a revolução comunista.

Ao mesmo tempo que falhava em delinear um programa coerente, o fascismo evoluiu para um novo sistema político e económico que combinava o corporativismo, o totalitarismo, nacionalismo, e anti-comunismo num estado desenhado por forma a unir todas as classes num sistema capitalista, mas um novo sistema capitalista no qual o estado detinha o controlo da organização de indústrias vitais. Sob a bandeira do nacionalismo e poder estatal, o Fascismo parecia sintetizar o glorioso passado romano com uma utopia futurista.

A sedução pelo movimento, a promessa de um capitalismo mais ordenado após uma era de depressão económica do pós-guerra, no entanto, não se confinava à Itália ou mesmo à Europa. Por exemplo, uma década mais tarde, quando a Grande Depressão originou uma queda da economia brasileira, uma espécie de proto-fascismo iria emergir como reacção aos problemas socio-económicos, e consciência nacionalista do estatuto periférico da economia do Brasil. O regime de Getúlio Vargas adotou uma extensa influência fascista com a Constituição do Estado-Novo, redigida por Francisco Campos, eminente jurista filiado ao Partido Fascista Brasileiro.

Fundado como uma associação nacionalista (o Fasci di Combattimento) de veteranos da Primeira Guerra Mundial em Milão a 23 de Março de 1919, o movimento fascista de Mussolini converteu-se num partido nacional (o Partito Nazionale Fascista) após ter ganho 35 assentos no eleições ao parlamento de Maio de 1921. Inicialmente combinando elementos ideológicos da esquerda e da direita, ele alinhava pelas forças conservadoras pela sua oposição às ocupações a fábricas de Setembro de 1920.

Apesar dos temas da reforma social e económica no manifesto fascista inicial de Junho de 1919, o movimento foi apoiado por secções da classe média, receosos do socialismo e do comunismo, enquanto que industriais e donos de terra viram-no como uma defesa contra a militância trabalhista. Sob a ameaça de uma "Marcha sobre Roma fascista," Mussolini assumiu em Outubro de 1922 a liderança de um governo de coligação de direita incluindo inicialmente membros do partido popular, pro-Igreja.

A transição para uma ditadura assumida foi mais gradual do que na Alemanha uma década mais tarde, apesar de em Julho de 1923 uma nova lei eleitoral ter dificultado a constituição de uma maioria parlamentar fascista, e o assassínio do deputado socialista Giacomo Matteotti onze meses mais tarde mostrou os limites da oposição política. Em 1926 os movimentos de oposição tinham sido declarado ilegais, e em 1928 a eleição ao parlamento era restrita a candidatos aprovados pelos fascistas.

O feito político mais duradouro deste regime foi talvez o Tratado de Latrão de Fevereiro de 1929 entre o estado italiano e a Santa Sé, pelo qual ao Papado foi concedida a soberania sobre a Cidade do Vaticano e recebeu a garantia do livre exercício do Catolicismo como a única religião do estado em toda a Itália em retorno da sua aceitação da soberania italiana sobre os anteriores domínios do Papa.

Os sindicatos e associações de trabalhadores foram reorganizados em 1934 em 22 corporações fascistas combinando trabalhadores e empregadores por sector económico, cujos representantes em 1938 substituíram o parlamento como a "Câmara de Corporações". O poder continuava investido no Grande Conselho Fascista, o corpo governativo do movimento.

Nos anos 1930, a Itália recuperava da Grande Depressão, e obtinha o crescimento económico em parte pela substituição de importações pela produção doméstica (Autarchia). A drenagem dos pântanos de Pontine a sul de Roma, empestados de malária, foi um dos orgulhos badalados do regime. Mas o crescimento foi minado pelas sanções internacionais impostas à Itália no seguimento da invasão da Etiópia em Outubro de 1935 (a Segunda Guerra Ítalo-Etíope), e pelo forte esforço financeiro que o governo fez para apoiar militarmente os nacionalistas de Franco na Guerra Civil Espanhola.

O isolamento internacional e o seu envolvimento comum na Espanha vão fazer ressaltar uma crescente colaboração diplomática entre a Itália e a Alemanha Nazi. Isto fez-se reflectir também nas políticas domésticas do regime fascista italiano, as primeiras leis anti-semitas foram passadas em 1938.

A intervenção da Itália (com início em 10 de Junho de 1940) na Segunda Guerra Mundial como aliado da Alemanha trouxe o desastre militar e resultou na perda das colónias no norte e leste africanos bem como a invasão americano-britânica da Sicília em Julho de 1943 e o sul de Itália em Setembro de 1943.

Mussolini foi demitido como primeiro-ministro pelo rei Vítor Emanuel III da Itália a 25 de Julho de 1943, e subsequentemente preso. Foi libertado em Setembro por pára-quedistas alemães e instalado como chefe de uma "República Social Italiana" fantoche em Salo, no norte da Itália, então ocupado pela Alemanha. Sua política econômica é a socialização. A sua associação com o regime de ocupação alemão erodiu muito do pouco apoio que lhe restava. A sua execução sumária em 28 de Abril de 1945 por guerrilheiros, durante uma fase final da guerra particularmente violenta, foi vista por muitos observadores então como o final apropriado para o seu regime.

Após a guerra, os resquícios do fascismo italiano reagruparam-se largamente sobre a égide do "Movimento Social Italiano" (MSI) neo-fascista. O MSI coligou-se em 1994 com a antiga "Democrazia Cristiana" conservadora para formar a Alleanza Nazionale (AN), que proclama o seu compromisso com o constitucionalismo, o governo parlamentar e pluralismo político.

[editar] Fascismo e Paganismo

Durante as décadas do Fascismo, o Paganismo não alcançou a mesma expressão pública obtida durante o Nazismo.

Benito Mussolini não parece ter sido um grande entusiasta do paganismo, como Adolf Hitler. Mussolini considerava-se no entanto um admirador do risorgimento italiano, onde pontificara por exemplo a obra, com assinalável componente pagã, de Giosuè Carducci .

Na primeira fase do Fascismo, Mussolini não hostilizou a Igreja Católica, tendo inclusive subscrito o Tratado de Latrão, através do qual se reconhecia estatuto político ao Estado do Vaticano, e formalmente a sua independência de acção dentro de Itália.

Mas muito mudou no início da década de 1930, com as medidas que Mussolini tomou contra a liberdade de ensino da Igreja, e a proibição da Acção Católica. É nessa altura que o Papa Pio XI reage condenando os erros do Fascismo com a Encíclica Non abbiamo bisogno.

Na luta entre o Estado Fascista e a Igreja Católica, desperta então a adormecida componente anticlerical do primeiro fascismo dos fasci di combattimento. Mussolini, ao definir a sua doutrina em 1932, paga já tributo intelectual aos anticlericais Giuseppe Mazzini e Ernest Renan.

E é pela mesma época que começa a ganhar importância o paganismo, acolhendo-se o pensamento do filósofo Julius Evola e do seu ramo Nietzschiano do fascismo, saturado de gnosticismo e de misteriosos e antigos cultos pagãos . Nos anos de 1930, Julius Evola torna-se cada vez mais influente no seio do regime fascista através dos seus amigos Bottai e Roberto Farinacci. Com o estabelecimento do Eixo Roma-Berlim, em 1937, o influxo do paganismo alemão activa ainda mais o paganismo italiano, em guerra aberta com a Igreja Católica . Evola, se bem que se considerasse um racista “espiritual” por oposição ao racismo “materialista” do Nazismo, estava no auge da sua influência no regime fascista quando se proclamaram as leis raciais de 1938.

No pós-guerra, Evola vai manter-se um filósofo activo, vindo a ser um dos autores de referência do paganismo presente em alguns círculos neofascistas da actualidade . Os escritos de Alain de Benoist são outra das suas referências fundamentais .

A origem da ideologia do Fascismo

A origem da ideologia do Fascismo

Etimologicamente, o uso da palavra fascismo na história política italiana moderna recua aos anos da década de 1890 na forma dos fasci, que eram grupos políticos radicais que proliferaram nas décadas anteriores à Primeira Guerra Mundial. (ver Fascio para mais informação sobre este movimento e sua evolução).

Em 1928, ainda a doutrina fascista não tinha sido oficialmente definida, W. Y. Elliott, da Universidade de Harvard, considerava que o fascismo revelava um "pragmatismo" decerto recebido de Papini, Pantaleone, Pareto, e Sorel [32].

A primeira parte do texto Doutrina do Fascismo terá sido escrito por Giovanni Gentile, um filósofo idealista na linha de Hegel, e que serviu como o filósofo oficial do regime. A segunda parte terá sido escrita por Mussolini, mas é este quem assina o verbete e o texto foi-lhe atribuído oficialmente. Nesse texto e nas notas da edição de 1935, dois autores são especialmente referidos como antecessores do Fascismo: Giuseppe Mazzini e Ernest Renan. Entre outros, são também invocados como fontes do "grande rio" que vem a desaguar no Fascismo: Georges Sorel, Charles Peguy e Hubert Lagardelle.

Estabelecer a origem da ideologia do Fascismo, tem gerado muito controvérsia entre os historiadores. Partindo dos tributos intelectuais efectivamente pagos por Mussolini a Giuseppe Mazzini e Ernest Renan, é possível identificar as raízes fundamentais para o seu nacionalismo e estatismo, e também para o seu culto da acção e da violência. Vários autores têm no entanto procurado encontrar outras raízes, sugerindo que nem tudo aquilo que caracterizou a ideologia fascista tem origem nas ideias de Mazzini e Renan.

Uma vez que tanto Sorel como Peguy foram influenciados por Henri Bergson, aí poderia estar também uma das origens do fascismo. Bergson rejeitava o cientismo, a evolução mecânica e o materialismo histórico de Karl Marx. Bergson falou também de um "élan vital" como um processo evolucionário. Ambos estes elementos de Bergson aparecem no fascismo.

Hubert Lagardelle, um conhecido escritor sindicalista, foi influenciado por Pierre-Joseph Proudhon, que é a figura inspiradora do Anarcossindicalismo, portanto nos antípodas da doutrina de Mussolini acerca do Estado.

Foram também referidas as influências do tradicionalismo recebidas por Mussolini. Sergio Panunzio, um teórico do fascismo na década de 1920, tinha um passado sindicalista mas a sua influência diminuiu à medida que o movimento se distanciou das suas raízes esquerdistas.

Também se quis ver no conceito fascista do corporativismo de Estado, em particular a sua teoria da colaboração de classes e relações económicas e sociais regidas pelo Estado, semelhança com as ideias expostas pelo Papa Leão XIII na sua encíclica de 1892 Rerum Novarum.

Esta encíclica reflectia sobre a condição de vida dos operários transformada pela Revolução Industrial, criticando o capitalismo e a exploração das massas operárias na indústria, propondo aos católicos com responsabilidade nos governos que acolhessem e respeitassem as reivindicações dos trabalhadores através dos seus sindicatos, protegendo os seus povos da exploração. Pedia também aos Católicos para aplicarem os princípios da justiça social às suas próprias vidas.

Na encíclica criticava-se o conceito de luta de classes e a visão socialista que apontava para a eliminação da propriedade privada como solução para o problema da exploração. Em alternativa, propunha a solidariedade social entre as classes sociais a realizar através da reactivação de um Corporativismo de Associação como o que fora praticado pelas guildas medievais. A ideia era a de se constituírem sociedades políticas nas quais se reconhecesse os diversos sectores do trabalho. Na defesa do Corporativismo de Associação da encíclica papal, se quis ver a defesa do Corporativismo de Estado enunciado por Mussolini. Em flagrante contradição com a doutrina fascista acerca do papel a desempenhar pelo Estado, dizia-se na referida encíclica: "não é justo que o indivíduo ou a família sejam absorvidos pelo Estado, mas é justo, pelo contrário, que aquele e esta tenham a faculdade de proceder com liberdade, contando que não atentem contra o bem geral, e não prejudiquem ninguém."[33]

O fascismo também se teria baseado em Gabriele D'Annunzio e na Constituição de Fiume, aplicada na sua efémera "regência" da cidade de Fiume. O Sindicalismo teria tido uma influencia no fascismo, pelo facto de alguns sindicalistas se terem cruzado com as ideias de D'Annunzio. Antes da Primeira Guerra Mundial, o sindicalismo era tido como uma doutrina militante para a revolução da classe trabalhadora. Distinguia-se do Marxismo porque insistia que o melhor caminho para a classe trabalhadora se liberar era o sindicato em vez do partido. Em 1908, o partido socialista italiano expulsou os sindicalistas. O movimento sindicalista dividiu-se entre o Anarcossindicalismo e outras tendências mais moderadas. Alguns desses "moderados" terão começado a promover os chamados "sindicatos mistos" de trabalhadores e patrões. Nesta linha de acção, eles teriam absorvido alguns ensinamentos dos teóricos católicos, mas expandindo as teorias de um Corporativismo de Associação para um Corporativismo de Estado, desviando-se das influências de D'Annuzio e aproximando-se de ideais mais Estatistas.

Quando foi publicada a tradução italiana do livro Au-delà du marxisme, de Henri de Man, Mussolini estaria inquieto e escreveu que o criticismo de Man havia destruído qualquer elemento "científico" ainda existente no Marxismo. Mussolini achava que a sua organização Corporativa no Estado, com as novas relações entre trabalho e o capital completamente submetidas ao Estado, iriam eliminar o "conflito de interesses econômicos" e portanto neutralizar o "germe da luta de classes".

Pensadores socialistas que rejeitaram as idéias convencionais, Robert Michels, Sergio Panunzio, Ottavio Dinale, Agostino Lanzillo, Angelo Oliviero Olivetti, Michele Bianchi, e Edmondo Rossoni promoveram essa tentativa de reconciliar o socialismo com o Estatismo.

O Fascismo segundo Mussolini

Benito Mussolini, num discurso proferido na Câmara dos Deputados no dia 26 de Maio de 1927, disse uma frase que define concisamente a ideologia do fascismo: "Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado".[1][2] [3]

Mais tarde, num artigo da Enciclopedia Italiana, de 1931, [4] , escrito por Giovanni Gentile e Benito Mussolini, o fascismo é, além de explicitado nas suas principais linhas filosóficas, descrito como uma doutrina cujo "fundamento é a concepção do Estado, da sua essência, das suas competências, da sua finalidade. Para o fascismo o Estado é um absoluto, perante o qual indivíduos e grupos são o relativo. Indivíduos e grupos são "pensáveis" enquanto estejam no Estado" [5].

Nesse texto de 1932, Mussolini identifica "no grande rio do Fascismo", as correntes que nele vão desaguar, e que terão as suas fontes em Georges Sorel, Charles Peguy, Hubert Lagardelle do Movimento Socialista, e nos sindicalistas italianos que, entre 1904 e 1914, teriam trazido um novo tom ao ambiente do socialismo italiano - Angelo Oliviero Olivetti da Pagine Libere, Orano de a Lupa, o Enrico Leone de Divenire sociale.

Em 1928, na "Autobiografia" ditada a Richard Washburn Child, Mussolini disse que estudou muito o risorgimento e o desenvolvimento da vida intelectual italiana depois de 1870, que "meditou muito com os pensadores alemães", que admirava os franceses, e que um dos livros que mais o tinha interessado fora "A Psicologia das Multidões" de Gustave Le Bon. Colocando-se o problema da Revolução, Mussolini rejeitava o bolchevismo, e que, a ser realizada uma Revolução em Itália, esta deveria ser "tipicamente italiana", firmando-se "nas dimensões magnificentes das ideias de Mazzini e com o espírito de Carlo Pisacane" [6]

Em 1932, Mussolini diz que o Fascismo terá recebido muitas influências, mas que estas não constituíram o Fascismo: "um partido que governa totalitariamente uma nação, é um fato novo na história" [7]. E acrescenta que "não há pontos de referência ou de comparação" com os seus antecessores. No entanto, Mussolini diz também no mesmo texto que o francês Ernest Renan teve "iluminações pré-fascistas" [8] e que o Fascismo fez seu o duplo conselho de Giuseppe Mazzini: "Pensamento e Acção" [9].

Entre os antecessores, em 1932, "Renan e Mazzini são afinal os únicos autores a quem Mussolini aceita pagar algum tributo intelectual." Com estas ressalvas, Mussolini insiste no entanto em proclamar a "novidade do fascismo", apresentando, em apêndice (edição de 1935), as referências que remetem para os seus próprios discursos e textos. [10].

Mussolini diz-nos também neste texto o que o Fascismo não é. O fascismo não se filia no pensamento contra-revolucionário: Mussolini não toma "Joseph de Maistre como seu profeta"; Mussolini diz que o Fascismo respeita a Igreja, mas recusa a sua religião, a "eclesiolatria" [11], como lhe chama.

O corpo do texto está dividido em duas partes: 1ª. Ideias fundamentais; e 2ª. Doutrina Política e Social.

[editar] Ideias fundamentais

Sob o título "ideias fundamentais", os assuntos surgem distribuídos por 13 parágrafos, mas com as notas arrumadas no anexo em 11 títulos [12]:

  • 1. Concepção filosófica. Apresenta o Fascismo como acção (prática) e pensamento (ideia) político. Considera que toda a acção é contingente ao espaço e ao tempo, havendo no seu pensamento um "conteúdo ideal que a eleva a fórmula de verdade na história superior do pensamento" [13]. Diz que "para se conhecer os homens é preciso conhecer o homem; e para conhecer o homem é preciso conhecer a realidade e as suas leis" [14]; não há um conceito de Estado que não seja uma concepção da vida e do mundo.
  • 2. Concepção espiritual. É a partir de uma "concepção espiritual" que o homem é definido pelo fascismo. Na sua concepção, o homem é um "indivíduo que é nação e pátria" [15]; há, na sua perspectiva, "uma lei moral que liga os indivíduos e as gerações numa tradição e numa missão" [16];
  • 3. Concepção positiva da vida como luta. A sua "concepção espiritual" define-se por oposição ao materialismo filosófico do século XVIII; sendo antipositivista, é porém positiva (antipositivistica, ma positiva); não é céptica, nem agnóstica, nem pessimista [17]. Pretende o homem activo e impregnado na acção com toda a sua energia. O que se aplica ao indivíduo, aplica-se à nação;
  • 4. Concepção ética. Tem uma concepção ética da vida, "séria, austera, religiosa": [18]; o fascismo desdenha a vida "cómoda";
  • 5. Concepção religiosa. O homem é visto numa relação imanente com uma lei superior, com uma Vontade objectiva que transcende o indivíduo particular e o eleva a membro de uma sociedade espiritual [19].
  • 6. Concepção histórica e realista. O homem é visto como um ser na história, num fluxo continuo em processo de evolução; tem no entanto uma visão "realista", não partilhando o optimismo do materialismo filosófico do século XVIII que via o homem a caminho da "felicidade" na terra;
  • 7. O indivíduo e a liberdade. A concepção fascista é definida como "antiindividualista", colocando o Estado antes do indivíduo [20]; o liberalismo negou o Estado no interesse dos indivíduos particulares, o fascismo reafirma o Estado como a verdadeira realidade do indivíduo [21]. Para o fascismo, tudo está no Estado - a sua concepção é totalitária [22]. Para o fascismo, fora do Estado não há valores humanos ou espirituais.
  • 8. Concepção do Estado corporativo. "Não há indivíduos fora do Estado, nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes)" [23]; defende um corporativismo no qual os interesses são conciliados na unidade do Estado [24]; diz-se contrário ao socialismo que reduz o movimento histórico à luta de classes e, analogamente, é também contrário ao sindicalismo.
  • 9. Democracia. O fascismo opõe-se à democracia que entende a nação como a maioria, descendo o seu nível ao maior número; o fascismo considera-se no entanto como "a mais pura forma de democracia se o povo for considerado do ponto de vista da qualidade em vez da quantidade", como uma "multidão unificada por uma ideia, que é vontade de existência e de potência: consciência de si, personalidade" [25]. O fascismo defende "uma democracia organizada, centralizada, autoritária", exercida através do partido único.
  • 10. Concepção do Estado. Para o Fascismo a nação não cria o Estado; é o Estado que cria a nação. Considera o Estado como a expressão de uma "vontade ética universal", criadora do direito, e "realidade ética". Na sua concepção é o Estado "que dá ao povo unidade moral, uma vontade, e portanto uma efectiva existência" [26].
  • 11. Realidade dinâmica. Na concepção fascista o Estado deve ser o educador e o promotor da vida espiritual. Para alcançar o seu objectivo, quer refazer não a forma da vida humana, mas o conteúdo, o homem, o carácter, a fé [27].

A filosofia do Fascismo, tal como a definiu Mussolini, é assim uma filosofia essencialmente moderna e modernista.

[editar] Doutrina política e social

Na segunda parte do texto, acerca da "Doutrina Política e Social" [28]do Fascismo, Mussolini começa por traçar o itinerário do seu pensamento e acção. Ponto de partida, o Socialismo; ponto de chegada, o Fascismo.

Até ao inverno de 1914, Mussolini é um socialista. Em 1919, quando são lançados os fasci em Milão, não têm uma doutrina, mas têm um programa e, sobretudo, têm a "fé". Rejeitam o Socialismo reformista de Bernstein, integrando a "esquerda revolucionária" que privilegia a doutrina da acção. Depois da guerra, o Socialismo reformista estaria já morto como doutrina. Nessa altura, com as expedições punitivas da Itália decorrendo em pano de fundo, os fasci estavam confrontados com várias forças políticas - "liberais, democratas, socialistas, maçónicos, e com o Partito Popolare" – , e respectivas doutrinas. Isto enquanto enfrentavam vários problemas; como o da relação entre o indivíduo e do Estado; o da relação entre autoridade e liberdade; e o problema nacional italiano.

Entre a Marcha sobre Roma (Outubro de 1922) e os anos 1926, 1927, e 1928, o Fascismo foi sendo espelhado nas leis e instituições do regime fascista. A doutrina do Fascismo é apresentada por Mussolini como um produto do seu exercício do poder na Itália dos anos 1920. Em 1932, por fim, o Fascismo estaria já definido como regime e como doutrina.

Neste texto, em 1932, Mussolini começa por negar três ideias-chave: 1. O pacifismo; 2. O internacionalismo. 3. A equação "bem-estar = felicidade". Mas nega também três doutrinas políticas modernas que lhe são anteriores: o socialismo, o liberalismo e a democracia.

Estas doutrinas têm a sua própria história, que Mussolini enuncia com brevidade: do socialismo utópico (Fourier, Owen, Saint-Simon) saíra o socialismo científico de Marx; do Iluminismo do século XVIII saíra o liberalismo do século XIX; do enciclopedismo saíra a doutrina democrática. Cada uma dessas doutrinas terá chegado ao século XX, superando as respectivas origens em resposta a novas necessidades.

Segundo Mussolini, o Fascismo estaria agora a abrir uma nova época realizando uma síntese doutrinária que a todas superaria. Encontrara um campo de doutrinas em ruína, a partir das quais construíra um novo edifício - "O fascismo, das ruínas das doutrinas liberal, socialista, e democrática, extrai aqueles elementos que têm ainda um valor de vida." [29].

Diz-nos pouco acerca do que aproveita, mas esclarece o que rejeita. O Fascismo, segundo Mussolini, do socialismo científico, rejeita o materialismo histórico (determinismo económico) e o conceito de luta de classes; do liberalismo, recusa a economia e a política, e tanto por razões doutrinárias como por razões históricas (a Itália sofrera a derrocada sob o liberalismo); da democracia, recusa o sufrágio universal que "dá ao povo a ilusão de ser soberano, enquanto a verdadeira e efectiva soberania está noutras forças irresponsáveis e secretas" ([30]. Até 1922, o fascismo fora republicano; o dilema república ou monarquia estaria porém já ultrapassado. Uma invocação histórica justifica o argumento, fazendo-nos pensar uma vez mais em Giuseppe Mazzini: "A República Romana foi morta por uma República irmã, a da França".

O Fascismo de Mussolini vinha colocar uma concepção da "vida como luta" no centro da sua doutrina; afirma-se "pragmático", no seu desejo de poder, desejo de viver, na sua atitude face à violência, na afirmação da violência como valor. "Activismo, quer dizer nacionalismo, futurismo, fascismo."

Para Mussolini, assim como o século XIX fora o século do indivíduo, o século XX seria o século do Estado. Foram referidas acima as ideias essenciais da sua doutrina do Estado. Mas falta citar a "iluminação pré-fascista" de Ernest Renan, que a terá motivado:

"A razão, a ciência – dizia Renan, que teve uma iluminação pré-fascista numa das suas Meditações filosóficas - são produtos da humanidade, mas querer a razão directamente pelo povo e através do povo é uma quimera. Não é necessário pela existência da razão que todo o mundo a conheça. Em todo o caso se tal iniciação se devesse fazer não seria feita através da baixa democracia, que parece conduzir à extinção da alta cultura, e da mais elevada disciplina. O princípio de que a sociedade existe somente para o bem estar e a liberdade dos indivíduos que a compõem não parece estar em conformidade com os planos da natureza, planos nos quais a espécie só é tomada em consideração e o indivíduo parece sacrificado. É de temer fortemente que a última palavra da democracia assim entendida (…) não seja um estado social no qual uma massa degenerada não teria outra preocupação que gozar os ignóbeis prazeres do homem vulgar".

O Duce Benito Mussolini.
O último parágrafo do texto explica a razão de ser da sua doutrina: o Estado fascista é uma vontade de potência e de império. A tradição romana é aqui uma ideia de força.

O fascismo

é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo (19221943 e 19431945). A palavra "fascismo" deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão camisas negras, em virtude do uniforme que utilizavam.

O fascismo é uma corrente prática da política que ocorreu na Itália, opondo-se aos diversos liberalismos, socialismos e democracias.

A palavra fascismo adquiriu o significado de qualquer sistema de governo que, de maneira semelhante ao de Benito Mussolini, exalta os homens e usa modernas técnicas de propaganda e censura, fazendo uma severa arregimentação econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e por vezes na xenofobia (nacionalismo étnico), privilegiando os nascidos no próprio país, apresentando uma certa apatia ou indiferença para com os imigrantes.

Benito Mussolini, agricultor e carpinteiro, fundou o partido fascista, originário de um movimento paramilitar que ele mesmo criara para combater as agitações e as greves organizadas por outros socialistas e movimentos de esquerda. O Fascio di Combatimento, ou Esquadra de Combate, que deu origem ao fascismo, buscou seu nome na expressão fascio, que significa feixe de varas. O feixe de varas, simbolizando união e força, vem do latim fesce, um feixe de varas que, junto com uma machadinha, era levado pelo litor, uma espécie de oficial de justiça que, na Roma antiga, seguia os magistrados para executar as decisões da justiça, com poderes para coagir, incluindo a aplicação de castigos físicos.

O Fascismo italiano assumiu que a natureza do Estado é superior à soma dos indivíduos que o compõem e que eles existem para o Estado, em vez de o Estado existir para os servir. Todos os assuntos dos indivíduos são assuntos do Estado.

O Fascismo tinha como principais características: o totalitarismo, a liderança carismática, o corporativismo, o nacionalismo, o militarismo,o expansionismo e o companheirismo entre os nazistas.

No totalitarismo, as liberdades do indivíduo eram suprimidas e o povo era subordinado ao poder sem limites do Estado. Na liderança carismática, os fascistas demonstravam muita importância à personalidade. O corporativismo substituía os órgãos representativos como sindicatos, pelos corporativos, comandados por representantes dos empresários, dos trabalhadores e reuniam-se para dirigir e planejar a economia. O nacionalismo afirmava que a nação era a forma suprema de desenvolver as comunidades humanas. O militarismo tinha na guerra um tipo de seleção dos mais fortes e capazes e um instrumento de fortalecimento e e regeneração dos povos. O expansionismo tinha como idéia principal a conquista territorial e o domínio de outros povos ditos "inferiores".

Um traço característico do Fascismo foi o Corporativismo de Estado, realizado através de um Partido Único e de Sindicatos Nacionais subordinados ao Estado. No seu modelo corporativista de gestão totalitária, as várias funções do Estado podiam ser desempenhadas por entidades particulares, sem que fossem nacionalizadas, mas cabia ao Estado planear e inspeccionar a sua ação. A atividade privada era deste modo empregue pelo Estado, o qual podia decidir suspender a suas atividades se não atuasse de acordo com as instruções e os planos superiormente estabelecidos. É o Estado quem define a utilidade e a direção de todas as atividades da Nação, seja no campo político, económico, social ou cultural.

O fascismo surgiu em tempo de crise, nas dificuldades económicas e sociais do primeiro pós-guerra, e na depressão dos anos 1930, quando as elites políticas se mostravam incapazes de integrar as massas através da fórmula democrática parlamentar ou quando existia um crescimento socialista ou comunista paralelo assustando as classes médias.

A composição social dos movimentos fascistas foi historicamente a de pequenos negociantes, burocratas de nível baixo e as classes médias. O Fascismo também encontrou sucesso nas áreas rurais, especialmente entre agricultores, e na cidade entre as classes trabalhadoras. Um aspecto importante do fascismo é que ele usa os seus movimentos de massa para atacar as organizações que se reivindicam das classes trabalhadoras - partidos operários e sindicatos.

O líder fascista foi em regra um ator exagerado, procurando seduzir as massas populares para o seu papel messiânico.